Hospitais Amigos da Criança Brasil
Algumas semanas atras falei dos Hospitais amigos dos bebés em Portugal.
A Hypnobirhting Portugal é um projecto desenvolvido para todas as mães que falam Português.

A UNICEF desenvolveu a mesma iniciativa no Brasil contando já com 323 Instituições de suade (Hospitais/maternidades e casas de parto) por todo o pais,
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança – IHAC – foi idealizada em 1990 pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo UNICEF para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. O objetivo é mobilizar os funcionários dos estabelecimentos de saúde para que mudem condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce. Para isso, foram estabelecidos os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno.

Ao assinar, em 1990, a Declaração de Innocenti, em encontro em Spedale degli Innocenti, na Itália, o Brasil, um dos 12 países escolhidos para dar partida à IHAC, formalizou o compromisso de fazer dos Dez Passos uma realidade nos hospitais do País. Em março de 1992, o Ministério da Saúde e o Grupo de Defesa da Saúde da Criança, com o apoio do UNICEF e da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), deram os primeiros passos.
A IHAC soma-se aos esforços do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM/MS), coordenado pelo Ministério da Saúde para:
informar profissionais de saúde e o público em geral;
trabalhar pela adoção de leis que protejam o trabalho da mulher que está amamentando;
apoiar rotinas de serviços que promovam o aleitamento materno;
combater a livre propaganda de leites artificiais para bebês, bem como bicos, chupetas e mamadeiras.

10 passos para ser considerado Hospital Amigo das Crianças
Para se tornar Amigo da Criança, o hospital deverá:
1 Cumprir os 10 passos para o aleitamento materno,
Passo 1 - Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe do serviço.
Passo 2 - Treinar toda a equipe, capacitando-a para implementar essa norma.
Passo 3 - Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da amamentação.
Passo 4 - Ajudar a mãe a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto.
Passo 5- Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
Passo 6 - Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica.
Passo 7 - Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.
Passo 8 - Encorajar a amamentação sob livre demanda.
Passo 9 - Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
Passo 10 - Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para onde as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
2 Cumprir a Lei 11.265 de 03 de janeiro de 2006 e a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças na Primeira Infância – NBCAL;
3 Garantir livre acesso à mãe e ao pai e permanência da mãe ou pai, junto ao recém-nascido, durante 24 horas, conforme Portaria nº 930 de 10 de maio de 2012, devendo o hospital ter uma Política escrita, a respeito, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde;
4 Incluir no processo de avaliação da IHAC o critério global – Cuidado Amigo da Mulher devendo o hospital ter uma Política escrita, a respeito, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde;
5 O Critério Global Cuidado Amigo da Mulher requer as seguintes práticas:
6 Garantir às mulheres, um acompanhante de livre escolha para oferecer apoio físico e/ou emocional durante o pré-parto, parto e pós-parto, se desejarem;
7 Ofertar, às mulheres, líquidos e alimentos leves durante o trabalho de parto;
8 Incentivar as mulheres a andar e a se movimentar durante o trabalho de parto, se desejarem, e a adotar posições de sua escolha durante o parto, a não ser que existam restrições médicas e isso seja explicado a mulher, adaptando condições para tal;
9 Garantir às mulheres, ambiente tranquilo e acolhedor, com privacidade e iluminação suave;
10 Disponibilizar métodos não farmacológicos de alívio da dor, tais como, banheira ou chuveiro, massageadores/massagens, bola de pilates (bola de trabalho de parto), compressas quentes e frias, técnicas que devem ser de conhecimento da parturiente, informações essas, orientadas à mulher durante o pré-natal.
11 Assegurar cuidados que reduzam procedimentos invasivos, tais como rupturas de membranas, episiotomias, aceleração ou indução do parto, partos instrumentais ou cesarianas, a menos que necessárias em virtude de complicações, e, que em caso de necessidade, isso seja explicado à mulher;
12 Caso o hospital tenha em suas rotinas a presença de doula comunitária/voluntária, autorizar a presença e permitir o apoio à mulher, de forma continua, se for a vontade dela.
No Brasil, estes são os Hospitais amigos dos bebés:
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São poucos relativamente ao tamanho do pais e a dimensão da população mas já são alguns.
Mas fica a questão: Hospitais amigos de bebés, sim, claro! E hospitais amigos das mães?
Onde estão os mecanismos para certificar hospitais/unidades de saúde que protejam as mães, tal como protegem os recém nascidos de praticas prejudiciais e desnecessárias durante o acompanhamento da gravidez, parto e pós parto?
Unidades de saúde com profissionais com formação actualizada e com respeito pelos direitos das mães.
A ausência protocolar do respeito pelo plano de parto e um excelente exemplo de unidades de saúde muito pouco amigas das mães.
Gostava de saber a vossa opinião.
Que critérios seriam necessários para que uma unidade de cuidados de saúde seja amiga da mãe?
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Carin