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Expectativas irrealistas

Partilho convosco um vídeo que fala de um assunto bastante sensível…expectativas irrealistas da gravidez, parto e pós-parto.

Neste vídeo, Meridith Nash fala do seu projecto de sociologia em Hobart, Tasmania, Australia

Durante 2 anos, mais de 2000 mulheres gravidas participaram neste projecto fotografando as suas vidas enquanto grávidas e no pós parto.

Uma das principais bases da preparação para o nascimento Hypnobubs é "estar preparada para qualquer que seja o caminho que o nascimento venha a tomar". Ficar presa a pressupostos, a ideias pré-concebidas, a sonhos e anseios, a um plano de parto rígido, é meio caminho andado para decepção, frustração e trauma. Se há algo que nos é impossível prever é como um nascimento ira decorrer. Com a preparação para o nascimento Hypnobubs cobrimos todos os cenários, damos toda a informação disponível para que caso as circunstâncias mudem, as famílias esteja preparadas para as enfrentar e abraçar o momento da melhor maneira possível. Para mais informação sobre Hypnobirthing e os cursos de preparação para o nascimento hypnobubs

Na sociedade de hoje em dia somos bombardeadas com tantas histórias de gravidez…pela família, pelos amigos, pela vizinha, pela desconhecida ao atravessar a rua e pela media.

As revistas tem sempre uma ou outra celebridade que esta gravida e que mostra uma barriga perfeita, uma mãe deslumbrantemente maquilhada, com os cabelos impecáveis, em saltos altos e em roupa que lhe serve perfeitamente e fica a matar.

Mostram-nos como as celebridades já estão de novo a fazer jogging e pilates, nas suas roupas justinhas ao fim de poucos meses de terem tido um bebé. Os milagres da recuperação pós parto em Hollywood estão nas capas das revistas todas as semanas.

Ou mostram-nos as casas perfeitas, e limpas e arrumadas, com pequenos almoços saudáveis e sumos nutritivos que estas mães tomam diariamente e juram que são o segredo de estarem em forma.

Ok, isto não é a realidade para a grande maioria das mulheres. Mas deixa marcas nessa grande maioria que deixou de ver os pés desde as 14 semanas e que ainda não conseguiu voltar a sentir-se em forma mesmo depois de um ano ou mais, ou não se sente bem neste novo corpo de mãe.

Tudo isto só aumenta a propensão para depressão pós parto. Já não basta a sobrecarga hormonal que nos deixa viradas completamente do avesso, com peitos a jorrar leite cada vez que nos viramos na cama – isto se chegarmos a dormir na cama! – bebé ao colo noite e dia, viver de chinelos e calças de ginástica, ter roupa para lavar ou dobrar num monte que se começa a assemelhar ao Evereste, sobreviver com as refeições que se congelou durante a gravidez porque não há tempo para ir a cozinha estrelar um ovo sem que o bebé queira mamar de novo, para ainda termos de ver “escarrapachado” nas bancas as imagens lindas e maravilhosas – e duvidosas – de como a sociedade acha que a maternidade deve ser.

Mas … não é só dos riscos de depressão pós parto que as mulheres correm ao ver estas fotografias glamorosas de mães famosas de que este vídeo fala.

Fala também de perpetuar estes meses das nossas vidas que nunca mais se vão repetir… porque cada gravidez é única!

Fotografia

Um dos meus hobbies preferidos.

Enquanto grávida com o meu primeiro bebé iniciámos uma tradição de tirar fotos todas as semanas para ver a evolução da gravidez. Nunca pensei que uma simples fotografia, que por vezes já não me apetecia nada tirar, porque já estava na cama e me tinha esquecido, “mas vamos lá!”, me iria dar tanto prazer em rever mais tarde.

Fizemos também uma sessão fotográfica com um amigo para registar os últimos dias – não consegui fazer na segunda gravidez porque o bebe nasceu um dia antes da sessão….humm

Mesmo tendo tirado centenas de fotografias e pequenos vídeos, mesmo com o telefone, acho que não tenho suficiente. Foi uma altura absolutamente maravilhosa, com todos os altos e baixos da praxe, mas maravilhosa.

Tive gravidezes de baixo risco, aos 34, 36 e 39 anos, sem problemas significativos e fiz exercício todos os dias quase até ao dia que o meu primeiro bebé nasceu.

Uma semana depois de ele ter nascido estava na piscina e se não fosse pelo meu peito absolutamente gigantesco ninguém desconfiaria que tinha acabado de ter um bebé. Podia perfeitamente encaixar-me na lista das celebridades hehehehehehe

Segundo bebé nasce 18 meses depois e como esperado foi tudo diferente. A gravidez foi diferente, muito mais cansativa, não tive tempo para exercício – levantar e brincar e correr com o bebé mais velho já era dose – mas também tirámos centenas de fotos e as semanais também. Desta vez o meu corpo não voltou ao normal tão depressa mas cheguei lá.

Com o terceiro, 3 anos depois do segundo bebe, tudo diferente de novo! Uma gravidez de sonho, sem qualquer problema nenhum a não ser o sono das primeiras semanas e a fome incontrolável do segundo trimestre. O exercício era feito a correr atrás do Liam e do Henry. Após o nascimento, senti-me tal como da primeira vez: não houve recuperação. Sai da maternidade leve e fresca e pronta para brincar com os meus piolinhos de 5 e 3,5 anos. Entrei nas minhas roupas pré gravidez numa semana...

Não me acho exemplo para ninguém, muito pelo contrario. Talvez seja a excepção que confirma a regra mas nunca me deixei influenciar pelas imagens e historias que são bombardeadas diariamente pela tv e pelas revistas.

Sinto-me muito feliz por poder reviver os meus tempos de grávida.

Tenho photobooks de todas as gravidezes e é sempre um prazer desfolhar.

Faz-me ter um orgulho enorme no que o meu corpo foi capaz de fazer. Somos geniais, a natureza é genial.

Mas como a sociedade vê a gravidez e a maternidade, principalmente a maternidade dos primeiros dias (anos!) não pode estar mais longe da realidade. Esta obsessão de catalogar, de por tudo no “mesmo saco” começa a ser prejudicial.

Começa logo no consultório ao pedir a grávida para se pesar…está automaticamente a dizer ao subconsciente da mãe que já engordou, como se isso não fosse esperado numa gravidez?!

Muitos profissionais de saúde não tem capacidades de empatia suficiente para dizer a mãe que já está a pesar mais do que seria suposto, porque acontece, e despeja um “raspanete” a uma grávida que já não sente la muito bem neste novo corpo, que tem as hormonas a flor da pele e que agora tem de ouvir estes comentários depreciativos.

Ver mais em como escolher o profissional de saúde

Nenhuma gravidez é igual a outra, nenhuma mãe é igual a outra e nenhum bebé é igual ao outro.

Comos todas diferentes, e todas temos experiências diferentes,

Mas uma coisa temos em comum, gerámos vida! Temos um corpo fantástico que a natureza desenhou ao detalhe e em que não falhou em nada. Como a sociedade nos vê, isso é outra historia.

Amem-se e disfrutem muito dos vossos barrigões. E tirem fotografias! Muitas fotografias… vão adorar vê-las mais tarde.

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