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Procedimentos que pode querer rejeitar durante a gravidez

Dependendo do tipo de cuidados de gravidez que escolher, pode-se surpreender ao descobrir quanto tempo da sua gravidez será gasto em salas de espera.

Pode também vir a sentir-se como uma cobaia de laboratório com tanto exame, teste e procedimento “rotineiros”, que a vão picando, furando e pressionado e deixando desconfortável.

Com tanto exame e teste de rotina, com tanto protocolo (médico e hospitalar) em prática, com tanta recomendação vinda de tanto lado, da mãe, da tia, da vizinha, do médico, do Hospital, do SGS, OMS…há que ter a certeza de que todos estes exames são mesmo necessários. Há que ter a certeza do que se está a aceitar submeter a si e ao seu bebé e saber se todos os testes durante a gravidez são mesmo necessários e lembrar sempre que tem o direito de os recusar.

8 Procedimentos que pode querer rejeitar durante a gravidez

É importante saber que está geralmente a entrar num sistema de assistência pré-natal que tem um modelo único, em que todas as gravidezes são assistidas da mesma maneira, sendo apenas distinguidas por alto ou baixo risco.

No entanto, esta é a sua gravidez, o seu corpo e o seu bebé, e tem todo o direito de decidir como a vai viver e como a vai gerir, quais os testes e exames que irá ou não consentir ou preferir.

Estes são 8 procedimentos recomendados por rotina durante a gravidez que pode desejar evitar:

# 1: Vitaminas pré-natal

Embora não seja um procedimento como tal, as vitaminas são uma parte opcional na concepção e cuidados com a gravidez, mas a maioria das mulheres será aconselhada a tomá-las.

Existe uma grande variedade de produtos disponíveis, e é difícil saber quais são os melhores. As vitaminas podem ser caras, e muitas têm aditivos que pode querer evitar – corantes, conservantes, açucares - especialmente durante a gravidez.

Uma dieta saudável e bem equilibrada é a melhor maneira de obter uma nutrição ideal para si e para o seu bebé. Pode considerar as multivitaminas pré-natal se a sua dieta for fraca ou se tiver circunstâncias especiais de saúde.

Um estudo recente concluiu que vitaminas pré-natal podem ser desnecessárias para a maioria das mulheres, e que será sempre mais benéfico investir numa boa dieta e exercício regular para o bem-estar da mãe e bebé. A pesquisa concluiu que as vitaminas em nada melhoraram a gravidez, mãe ou bebé.

"We found no evidence to recommend that all pregnant women should take prenatal multinutrient supplements beyond the nationally advised folic acid and vitamin D supplements, generic versions of which can be purchased relatively inexpensively," Journal Drug and Therapeutics Bulletin.

É particularmente importante ter níveis adequados de acido fólico no início da gravidez e pré-concepção e manter o nível de vitmania D, embora a maioria das formas recomendadas para suplementação sejam sintéticas.

Fontes naturais são sempre melhores que os suplementos sintéticos.

Pode encontrar acido fólico natural em legumes e vegetais (espinafre, alface, salsa, couve flor, brócolos, beterraba, espargos), em frutas (laranjas, mangas, uvas, papaia, morangos, framboesas), feijões, ervilhas e lentilhas, sementes e frutos secos, carne vermelha e fígado de galinha e grãos integrais.

A vitamina D é a única vitamina que podemos produzir ao apanhar sol e ajuda-nos a absorver cálcio para produzir ossos saudáveis. Podemos encontrar vitamina nos alimentos, em peixe, fígado de vaca e cogumelos. Alguns lacticínios, cereais e sumos de fruta são fortalecidos com vitamina D, mas na sua forma sintética.

Mais sobre Acido Fólico, vitamina D e vitaminas pré-natal

# 2: Rastreio combinado do primeiro trimestre

Este exame é um exame de rastreio e não um exame de diagnóstico. Há grandes diferenças entre eles e há que lembrar que ambos são facultativos, como qualquer exame durante a sua gravidez. Rastreio dar-lhe-á probabilidades e diagnóstico dar-lhe-á certezas. Dependendo do seu interesse nos resultados, há escolhas, e com essas escolhas vem riscos de precisão e riscos para a gravidez e bebé. Testes de rastreio são testes não invasivos enquanto os testes de diagnóstico são invasivos e acarretam riscos para gravidez.

Ler mais sobre rastreio e diagnostico

O rastreio combinado (FTS – first trimester screening) é oferecido como um exame de sangue combinado com ecografia. O exame de sangue é feito entre as semanas 9 e 12 e a ecografia é realizada entre as semanas 11 e 14.

O exame de sangue do primeiro trimestre mede duas hormonas diferentes que estão presentes naturalmente no seu sangue durante a gravidez. Se houver uma condição genética presente, os níveis destas hormonas geralmente terão valores anormais.

A ecografia analisa a translucência nucal do seu bebé. Esta é uma porção de fluido sob a pele na parte de trás do pescoço do seu bebé. Todos os bebés têm um pouco de fluido, mas os bebés com síndrome de Down tendem a acumular mais fluido.

A ecografia mede a espessura da translucência nucal na parte de trás do pescoço do seu bebé para ver se está dentro dos níveis normais para um bebé sem anomalias genéticas.

A informação do exame de sangue é avaliada, juntamente com a sua idade, historia familiar e a medida da translucência nucal. Estes são usados ​​para calcular o nível de risco de ter um bebé com síndrome de Down.

A ecografia da translucência nucal sozinha detectará cerca de 70-80% dos bebés com síndrome de Down. Usando o teste combinado (ecografia e exame de sangue do primeiro trimestre), a precisão aumenta para 80-90%, mas continua a ser uma probabilidade.

Algumas mulheres optam por rejeitar o rastreio de translucidez nucal para os seus bebés devido a preocupações com o risco de falsos positivos. Cerca de 1 em cada 20 mulheres serão informadas de que os seus bebés têm um alto risco de síndrome de Down, mesmo que na verdade não a tenham.

Se não for importante para si saber se tem um bebé de alto risco ou baixo risco de ter síndrome de Down, se não afectará a sua decisão de continuar com a gravidez, então pode decidir que este teste é desnecessário.

O teste de sangue NIPT (non invasive prenatal testing) também é um teste de rastreio embora a sua metodologia seja diferente e ofereça outro tipo de resultados. É oferecido das 9-11 semanas como um exame genético de sangue da mãe que fará o rastreio de Down Syndrome (trissomia 21), Edwards Syndrome (trissomia 18) e Patau Syndrome (trissomia 13). Também é possível rastrear anomalias de cromossomas de género (Turner Syndrome (45,X) e Klinefelter Syndrome (47,XXY)) mas com resultados menos precisos. Ao optar por este rastreio poderá saber o sexo do bebé.

Harmony é um dos vários tipos de NIPT a que pode aceder.

Este teste tem menos probabilidades de dar falsos positivos e tem uma exactidão de 99% para Down Syndrome e pode ser realizado a partir das 9-10 semanas.

Enquanto o FTS faz o rastreio de Down Syndrome e pode detectar algumas anomalias do desenvolvimento do feto, não faz o rastreio das trissomias 18 e 13 que são condições genéticas mais graves podendo levar a abortos tardios ou a qualidade de vida comprometida para o bebé .

De novo, se este tipo de informação não for importante para si, são testes que poderão ser dispensados. Lembre-se que esta informação em nada irá melhorar a sua saúde ou do bebé , logo poderá ser considerado um teste desnecessário.

# 3: Amniocentese e Biopsia Vilosidades Coriónicas

Caso tenha optado pelos testes de rastreio em #1 e os seus resultados apresentarem riscos elevados de anormalidades cromossómicas para o seu bebé , podem lhe ser oferecidos testes de diagnóstico. São eles amniocentese e biopsia das vilosidades coriónicas (CVS).

Uma amniocentese geralmente é realizada entre as semanas 15 e 20. O teste envolve a inserção de uma agulha longa e fina através do abdómen até ao saco amniótico. A agulha retira uma amostra de líquido amniótico, que contém células do seu bebé e que podem ser testadas.

Há menos de 1% de risco de aborto após amniocentese, mas o risco aumenta se o procedimento for realizado antes das 15 semanas. É importante conhecer os benefícios e os riscos do procedimento antes de tomar uma decisão para seguir em frente.

A biopsia de vilosidades coriónicas (CVS) é outro teste de diagnóstico, durante a gravidez, para verificar anormalidades cromossómicas. Este teste pode ser realizado antes da amniocentese, nas semanas 10 a 13 da gravidez.

Involve a extracção de tecido da placenta. Uma agulha fina é inserida através do abdómen ou através de um cateter inserido através da vagina no colo do útero dependendo da localização da placenta. A agulha remove uma amostra da placenta. O risco de aborto para este teste é de 0.5%.

Ambos os exames têm associado um risco de aborto (de 0,5 a 1% no caso da amniocentese), a decisão cabe sempre aos pais que, aconselhados pelo seu médico, podem tomar a decisão de avançar ou não para a confirmação do diagnóstico e preparar-se emocionalmente para esperar, conhecer e agir de acordo com o resultado.

De novo, se este tipo de informação não for importante para si, estes que poderão ser dispensados.

# 4: Ecografias após a 24 semana

O seu médico pode sugerir uma ecografia após a semana 24 se houver preocupações com o crescimento e o desenvolvimento do seu bebé, ou se houver complicações potenciais, como uma placenta baixa por exemplo.

Ecografias tardias também podem ser realizadas para mulheres que desejam outra hipótese de ver o seu bebé antes do nascimento; Alguns prestadores de cuidados de saúde recomendam exames mensais por uma questão de rotina.

Uma revisão Cochrane de 13 estudos, envolvendo quase 35.000 mulheres, mostrou que as ecografias de rotina após 24 semanas de gestação não oferecem nenhum benefício para mulheres com gravidezes de baixo risco ou para os seus bebés.

A ecografia é frequentemente usada como uma maneira de prever a data prevista para o nascimento ou o tamanho do bebé. No entanto, há uma margem de erro aumentada para ecografias realizadas após 24 semanas de gestação. Isso significa que pode receber informações imprecisas sobre o tamanho ou tempo de gestação do seu bebé e pode ser recomendada desnecessariamente a procedimentos como indução ou cirurgia cesariana.

Há também preocupações crescentes sobre os bebés expostos a radiação da ecografia durante a gravidez. A radiação pode aquecer os tecidos do corpo e os efeitos a longo prazo são desconhecidos. O risco depende do tipo de tecido que está a ser examinado, do tempo da exposição, da intensidade utilizada e se o transdutor esta a ser movido ou mantido imóvel.

O ultra-som Doppler usa ondas contínuas, em vez das ondas pulsadas de um ultra-som padrão.

A pesquisa mostrou que os bebés que foram expostos a mais de 5 ultrasons Doppler durante a gravidez foram 30% mais propensos a desenvolver atraso no crescimento intra uterino (IUGR) do que os bebés expostos à ultra-sonografia de rotina (pulsada). Na maioria dos casos, o ultra-som Doppler é usado especificamente para determinar se os bebés têm IGUR.

# 5: Testes para Diabetes Gestacional

Dependendo de onde vive, pode-lhe ser oferecido um teste de rotina que diagnostica a diabetes gestacional (GD). Esta é uma condição que afecta cerca de 5% das mulheres durante a gravidez.

Como outras formas de diabetes, GD afecta seus níveis de insulina e açúcar no sangue, mas é temporário e desaparecerá após o nascimento de seu bebé.

O teste de tolerância da glicose é realizado entre 24 e 28 semanas de gestação. Será solicitada a jejuar durante a noite, e então o seu sangue é colhido e os níveis de glicose no sangue são medidos antes de depois de ingerir uma bebida açucarada. Um resultado acima da mudança normal é positivo para diabetes gestacional.

Embora não existam factores de risco para o teste de GD, muitas mulheres experienciam náuseas após este exame, e algumas também sofrem vómitos, diarreia, tonturas, dor de cabeça e fadiga.

Se você não está em risco de GD, pode querer recusar esse teste.

Os factores de risco para GD incluem:

  • Mais de 30 anos

  • História familiar de diabetes tipo 2

  • Sobrepeso com um IMC de 30 ou mais

  • Teve diabetes gestacional numa gravidez anterior

  • Já teve um bebé acima de 4,5 kg

Na maioria dos casos, as mulheres com GD são capazes de gerir esta condição com dieta e exercício.

# 6: Exames pélvicos

O seu médico pode realizar exames pélvicos de rotina durante a gravidez, especialmente se estiver nos Estados Unidos, Brasil, Portugal, onde este procedimento é oferecido rotineiramente no final da gravidez.

Um exame pélvico é essencialmente realizado para verificar alterações no colo do útero, se está afinando ou amadurecendo, em que posição está, se está a dilatar e em que posição o seu bebé está.

A maioria das mulheres considera esta informação interessante, mas na verdade não lhe diz nada sobre o que vai acontecer! O seu colo do útero pode estar alto e fechado durante um exame, mas pode perfeitamente entrar em trabalho de parto nesse mesmo dia. Por outro lado, pode ser identificado um colo ligeiramente dilatado e ser-lhe dito esperar começar o trabalho de parto a qualquer hora, e ainda assim o nascimento só ocorrer 2 semanas depois.

A menos que precise ser induzida por razões médicas, em que pode ser útil saber o quão favorável esta o seu colo do útero, os exames pélvicos de rotina não são benéficos para as mães.

No final de uma gravidez, muitos prestadores de cuidados podem mover ou romper o saco amniótico, ou tentar deslocar as suas membranas. Infelizmente este procedimento, que é uma forma de indução, é muitas vezes feito sem o seu consentimento informado. Ética um dos vários riscos de permitir exames pélvicos sem que haja indicação medica.

Ver mais sobre Exames Vaginais: uma intervenção desnecessária

# 7: Monitoramento Fetal (EMF)

Durante a gravidez, o seu médico verificará a frequência e o ritmo cardíaco do bebé. Esta é uma maneira de verificar como o seu bebé se está a desenvolver, e se há algum potencial problema.

A frequência cardíaca fetal normal é entre 120 e 160 batimentos por minuto. Isso pode mudar à medida que o seu bebé se move ou dorme, mas taxas e padrões cardíacos anormais podem significar que há um problema, como a falta de oxigénio.

O monitoramento geralmente é feito externamente, usando um dispositivo portátil, como um fetoscope ou Pinard. Estes são semelhantes aos estetoscópios, mas permitem que o seu médico receba a frequência cardíaca do seu bebé através da parede abdominal.

Alguns provedores de cuidados usarão ultra-som ou um Doppler portátil, ou sensores electrónicos de monitoramento fetal. Se os prestadores de cuidados de saúde têm alguma preocupação sobre o bem-estar do bebé, eles podem sugerir um perfil biofísico para recolher mais informações.

A maioria das mulheres terá monitoramento da frequência cardíaca fetal regularmente ao longo de sua gravidez. Pode ser reconfortante ouvir a frequência cardíaca do seu bebé, mas também pode ser stressante se o seu médico não conseguir localizar os sons do coração. Isso pode acontecer durante o início da gravidez, se o seu bebé estiver em uma posição estranha, ou se seu útero estiver inclinado.

Durante o trabalho de parto a monitorização deve ser realizada intermitentemente para poder facilitar os movimentos da mae.

EFM contínuo não só restringe os movimentos da mãe em trabalho de parto, mas também pode resultar em maiores taxas de cesarianas e extracções por vácuo, entre as mulheres em trabalho de parto de baixo risco.

O EFM pode ser realizado de forma não invasiva com monitoramento externo ou invasiva com monitoramento interno. Monitoramento interno representa um risco de infecção para a mãe, bem como para o feto, que é 2,5 vezes mais propenso a contrair uma infecção.

Monitorização fetal contínua deve ser reservada para gestações de alto risco, porque EFM contínua pode impedir alterações das posições maternas, medidas de conforto, tais como banhos calmantes, e o foco sobre a mulher em trabalho de parto, que podem ser ignorados em deferência ao monitor de rastreamento.

Ler mais sobre EMF e Cascata de Intervenções

# 8: Grupo B Strep

O Streptococcus do Grupo B (GBS) é um tipo de bactéria comum encontrada no tracto intestinal inferior e genital. A qualquer momento, durante a vida de uma mulher, ela pode ser colonizada por essas bactérias e não apresentam problemas.

Cerca de 30% das mulheres grávidas serão colonizadas durante a gravidez. GBS pode causar infecção da placenta, bem como infecções do tracto urinário, o que pode levar a parto prematuro ou sepse. Os recém-nascidos podem ser afectados pelo GBS durante a gravidez e o trabalho de parto, e isso pode causar infecções que ameaçam a vida, como pneumonia ou meningite.

Os testes de rotina para GBS são recomendados para todas as mulheres grávidas entre 35 e 37 semanas. Isso é feito por recolha de amostra da área vaginal e rectal. As mulheres que tem resultados positivos para o GBS são aconselhadas a serem tratadas com antibióticos intravenosos durante o parto.

No entanto, uma pesquisa da Cochrane encontrou que a prescrição de antibióticos IV não é suportada por evidências conclusivas. Menos de 1% dos bebés nascidos de mães com GBS (que não usaram antibióticos) desenvolverão infecções.

Também há mais pesquisas realizadas hoje sobre os efeitos do uso de antibióticos durante a gravidez e o trabalho de parto, e como isso pode afectar a saúde imediata e a longo prazo de um bebé.

A gravidez deve ser um momento de excitação e, no entanto, muitas mulheres sentem que estão numa linha de montagem, ou sentem-se cobaias de laboratório com constantes testes e verificações.

Embora seja importante certificar-se de que sua saúde e o desenvolvimento do seu bebé estão no bom caminho, você tem a escolha sobre quais os testes e procedimentos que fará.

Todas as mulheres grávidas têm o direito de controlar e tomar decisões informadas sobre o cuidado da gravidez. O seu médico deve sempre discutir consigo os riscos e os benefícios de qualquer procedimento ou teste

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