Ina May Gaskin
Partilho convosco este vídeo da TIMELINE que ilustra a participação da Ina May Gaskin no movimento pelo parto natural.
Ina May é umas mulheres mais influentes no mundo do nascimento natural e saudável, tendo assistido a milhares de partos com um recorde exemplar de sucesso.
O seu trabalho na comunidade The Farm foi um “eye opener” para muitos profissionais de obstetrícia que olhavam o parto como um evento medicalizado, cheio de problemas, quando é apenas um dos eventos fisiológicos mais naturais que uma mulher pode experienciar.
Os livros “Spiritual Midwifery”, “ Ina May Guide to Childbirth” são livros de referência do mundo do nascimento.
Gaskin participou no Better Birth 360 onde falou do inicio da sua carreira, de como foi importante voltar a respeitar as mulheres e o evento do parto e partilhou alternativas e dicas para pais e profissionais de saude em como tornar um ambiente hostil hospitalar num ambiente optimo para o nascimento.
Uma entrevista imperdivel que podem ver aqui.
By TIMELINE
"Sem saber Ina May começou a revolução do parto natural nas traseiras de um autocarro escolar, revivendo a tradição dos conhecimentos das Parteiras e iniciando a conversação de “como devemos dar a nascer os nossos bebés.”
“Childbirth is a spiritual event. Is you’re treated well, you’re going to have a good flavour from that will last you a lifetime.”
”O nascimento é um evento espiritual. Se formos bem tratadas vamos obter um bom resultado que durará para uma vida inteira”.
Tudo começou nos atribulados anos 1960’s.
Uma comunidade espiritual que se criou em San Franscisco, CA, decidiu formar uma caravana de autocarros escolares e atravessar o país. 10 membros deste grupo estavam grávidas incluindo Ina May. Muitas tinham tido partos traumáticos em Hospitais. Gaskin era uma delas, tinha sido amarrada a uma cama, sofreu episiotomia e o seu bebé foi retirado com fórceps…
Ina May descobriu que 2/3 dos bebés nascidos nos EUA eram puxados forçosamente por meio de fórceps. Ela acreditava que os hospitais estavam a falhar na assistência ás mulheres.
“Eventually I began hearing stories of natural birth, and they sounded beautiful and very different from the experience I’d had in hospital. I set out to learn about it, and it became a calling.”
“Eventualmente comecei a ouvir historias de partos naturais e pareceram-me lindos e muito diferentes da experiência que eu tive no hospital. Decidi começar a aprender sobre Parto Natural e tornou-se o meu chamamento.”
As futuras mães da caravana de autocarros partilhavam um manual mexicano de parteiras e fizeram um pacto de assistirem aos partos umas das outras. Gaskin assistiu ao seu primeiro parto num dos autocarros estacionado na beira da estrada perto da Northwest University. Somente um bebé não sobreviveu e esse foi o bebé dois meses prematuro de Ina May, mas mesmo assim, esta perda devastadora não a impediu de perseguir o seu novo chamamento.
Em 1971, a comunidade decidiu ficar em Summertownm Tenesse, onde fundaram uma comunidade utópica chamada The Farm onde os membros fizeram votos de pobreza e veganismo.
Ina May e outras mulheres tornaram-se as parteiras residentes da comunidade. Nenhumas tinham licenças médicas, mas á medida que a sua experiencia crescia também crescia a confiança no seu trabalho. As mulheres da The Farm davam á luz em casas da comunidade, “cabins”, onde recriavam o ambiente familiar de casa. Antes e durante o trabalho de parto estas mulheres faziam exercício, comiam, moviam-se como queriam, ouviam musica…
As parteiras acreditavam que os analgésicos não permitiam o apego imediato mãe-bebé e epidurais nunca eram usadas (com a excepção de um caso).
Em 1975, Gaskin publicou “Spiritual Midwefery” detalhando as experiências que as parteiras tinham na The Farm. Descrevia o nascimento como uma experiência eufórica e empoderadora e da qual não haver o que recear. Elas acreditavam que medicamentos e cirurgia eram procedimentos banalizados em partos hospitalares. Era uma ideia radical na altura.
34% dos nascimentos nos EUA acontecem através de cirurgias cesarianas comparados com 1.7% dos nascimentos na The Farm. Mulheres grávidas vieram de todos os cantos do país (EUA) para experienciar o nascimento na The Farm.
Muitos cépticos foram rápidos a concluir que a The farm só assistia mulheres saudáveis com gravidezes de baixo risco e que hospitais lidavam com emergências e complicações sérias diariamente. Mas mesmo assim, muitos profissionais foram até a The Farm para aprender com as parteiras residentes.
As Parteiras aprendiam com as comunidades tradicionais de uma maneira que os médicos não aprendiam e elas baseavam-se em milhares de anos de sabedoria maternal passada de gerações em gerações.
Ina May aprendeu como assistir partos pélvicos com um médico que trabalhava na Comunidade Amish. Também aprendeu técnicas seguras de lidar com um bebé que tem os ombros presos (distocia) com parteiras da Guatemala numa missão humanitária em 1976. Esta técnica é chamada “manobra de Gaskin” (Gaskin Maneuver).
Cerca de 3000 bebés saudáveis nasceram na The Farm e a mensagem de Ina May começou a ser ouvida com mais atenção.
Críticos estavam preocupados com as complicações do parto domiciliar, mas o focus de Gaskin era na crescente mortalidade maternal dos EUA, especialmente em mulheres de minorias étnicas.
Mesmo com todas as mudanças que surgiram da revolução na medicina e no parto natural ainda temos um caminho muito longo para conseguir dar a todas as mulheres a melhor assistência possível."